Em tempos de tantos afazeres, onde cada minuto parece cronometrado e o cotidiano se mistura entre compromissos, trabalho e filhos, falar sobre dinheiro fica em último plano. Para muitas famílias, o tema ainda vem cheio de tensão e medo.
Ao longo da minha trajetória profissional percebi que esse tema é um tabú na maioria dos lares, prejudicando a forma como as famílias e as pessoas vivem sua relação com o dinheiro. Também entendi que essa relação vai muito além dos números, ela é baseada no comportamento de cada pessoa, nos seus aprendizados e cultura. E é por isso que a organização financeira se torna um gesto de mudança, um passo grandioso rumo à liberdade e à harmonia dentro de casa.
A verdade é que a desorganização financeira afeta principalmente os relacionamentos e prejudica muitas famílias, tirando a paz do ambiente. Quando não sabemos para onde o dinheiro está indo, tudo parece incerto, principalmente o futuro, e o presente está sempre apertado financeiramente. Mas no momento em que a família, ou um membro da família, decide entender o que realmente está acontecendo, com consciência e propósito, e mudar seu comportamento com o dinheiro, tudo muda, e ela proporciona essa mudança para as pessoas ao seu redor, e a vida fica mais leve, as informações mais claras e os caminhos mais visíveis.
Cuidar das finanças é uma forma de amor, talvez uma das mais concretas. É o cuidado de quem pensa no futuro, organizando o hoje. É proporcionar segurança, conforto e qualidade de vida para todas as pessoas envolvidas. Quando um casal ou uma família se reúne para planejar o futuro, sonhos e traçar metas, não está apenas lidando com o dinheiro, está fortalecendo vínculos e ensinando valores que vão muito além.
A consciência financeira começa com pequenas atitudes: entenda o padrão de consumo, organize esse consumo dentro de metas de gastos, mantenha seus gastos sempre abaixo das entradas. Invista no futuro, crie reservas para cada meta, para usufruírem sem depender de outras formas de pagamento, e acima de tudo, aprendam a conversar sobre dinheiro. As famílias que desenvolvem essa comunicação vivem de forma mais tranquila, porque sabem que o dinheiro não é o vilão, mas um instrumento de realizações.
E quando o dinheiro é bem administrado, ele devolve o tempo, nosso bem mais precioso. Tempo para estar com os filhos, para desacelerar, para viver momentos significativos. Tempo para cuidar da saúde, da mente e das relações. Porque uma família que se organiza financeiramente conquista algo que o dinheiro, sozinho, nunca poderia comprar: qualidade de vida e proximidade.
E no fim das contas, riqueza não é ter mais, é viver melhor, é ter liberdade de fazer escolhas, é encontrar equilíbrio entre o desejo de hoje e a construção do futuro. Famílias prósperas e felizes não são aquelas que têm muito dinheiro, mas sim as que sabem organizar e valorizar o que têm, além de construir, com consciência, aquilo que desejam alcançar.
Vanessa Brambilla – Gestora Financeira