Ela não chora, não pede atenção, está sempre disponível — e, por isso, conquista espaço com facilidade. A babá virtual chegou devagar, mas hoje ocupa um lugar de destaque no cotidiano de muitas famílias. É o celular que distrai, o tablet que acalma, o vídeo que silencia.
No início, parece inofensivo: um episódio durante o almoço, um joguinho enquanto se faz o jantar. Mas, pouco a pouco, o brilho da tela vai substituindo o calor do colo, a conversa no olho no olho, o riso compartilhado entre pais e filhos.
Na correria da vida, é compreensível que muitos adultos, exaustos, encontrem na tecnologia um alívio temporário. Só que esse alívio pode cobrar um preço alto: atrasos no desenvolvimento da fala, dificuldade de concentração, prejuízos emocionais e o mais preocupante, a perda do vínculo afetivo.
Esse texto não é sobre culpas. É sobre consciência.
Não se trata de banir telas, mas de lembrar que nenhum aparelho substitui o toque, o afeto, o tempo de qualidade. Nenhum desenho animado ensina empatia como um abraço ensina. Nenhum joguinho cultiva segurança emocional como um momento presente cultiva.
Como psicóloga, terapeuta de casais e CEO da Ducris, quero deixar um lembrete:
Talvez o gesto mais amoroso que possamos oferecer aos nossos filhos seja desligar o Wi-Fi e conectar de verdade com o que mais importa. O vínculo. A escuta. A presença viva.
Porque nenhuma babá virtual é capaz de ensinar o que só o coração de mãe e pai pode transmitir: o amor que fica, o olhar que acolhe, a presença que marca para sempre.Com carinho,
Cris Silva
Psicóloga, Terapeuta de Casais e CEO da Ducris