Eles dividem contas, tarefas e responsabilidades. Estão juntos na logística, nos compromissos, nos recados do dia a dia. São parceiros eficientes — mas emocionalmente distantes. Essa cena é cada vez mais comum: casais que vivem sob o mesmo teto, mas se perderam de si mesmos no caminho.
A rotina, quando negligenciada, tem o poder de automatizar o amor. O toque vira hábito, a conversa se reduz a relatórios, o beijo se torna protocolo. O que antes era conexão profunda, transforma-se em mera convivência.
Com a chegada dos filhos, essa dinâmica se intensifica. O tempo encurta, a exaustão aumenta, e o casal começa a operar no modo “sobrevivência”. Decisões atropeladas, perda da leveza, silenciamento do desejo. E, de repente, estão juntos… mas sozinhos.
Mas é possível reverter esse quadro. É preciso intencionalidade. O amor não sobrevive só de lembranças, ele precisa ser cultivado. Pequenos gestos, olhares atentos, conversas sinceras, risadas espontâneas, toques sem hora marcada.
Intimidade exige presença emocional. E estar presente vai além da presença física, é olhar, sentir, escutar e tocar com verdade.
Talvez o segredo esteja em deixar de ser apenas parceiros de agenda para ser, novamente, parceiros de alma. Eu, enquanto psicóloga, terapeuta de casais e CEO da Ducris, acredito que todo relacionamento merece uma chance de reconexão — com verdade, presença e afeto.
Seja por meio de um encontro a dois, de uma conversa aberta ou até da inserção de produtos de bem-estar íntimo para driblar a rotina mecanizada… o importante é não deixar o amor no piloto automático.Com carinho,
Cris Silva